É NO DÉCIMO TERCEIRO ANDAR QUE TUDO ACONTECE ...
Foi no décimo terceiro andar que tudo aconteceu. Estava um dia soalheiro. O sol exposto e sem qualquer sinal de chuviscos. De cá de fora parecia um edifício tipo arranha-céus. Sim, daqueles que vemos nos filmes. Não havia qualquer sinal de elevador operacional para um dos pisos do prédio mais altos. E, motivei-me para subir degrau após degrau em busca da oportunidade de sonho.
Aquela que já aguardava - praticamente - desde do dia em que vim ao mundo.
Confiante subi e deparei-me com um múltiplo conjunto de portas envidraçadas e, ao espreitar, estava talvez mais de 20 secretárias espalhadas pelo piso e, um belo conjunto de engravatados nos seus gabinetes. Perguntei à primeira pessoa que encontrei onde poderia encontrar o Dr. Brandão e, que ele estava à minha espera.
A ansiedade ou demonstração de pontualidade, ou os 2 pontos em simultâneo, tinham tomado conta de mim. A senhora ou doutora Filipa (sim, algumas secretárias dos doutores de escritórios gostam de ser tratadas o título dos seus superiores… Talvez para não sentirem-se tão… insignificantes e inúteis) pediu-me para aguardar numa sala que, já passaria a mensagem à colega e secretária do Dr.
Quase de imediato percebi que, tinha chegado com 30 minutos de antecedência da hora marcada.
A ansiedade ou demonstração de pontualidade, ou os 2 pontos em simultâneo, tinham tomado conta de mim. A senhora ou doutora Filipa (sim, algumas secretárias dos doutores de escritórios gostam de ser tratadas o título dos seus superiores… Talvez para não sentirem-se tão… insignificantes e inúteis) pediu-me para aguardar numa sala que, já passaria a mensagem à colega e secretária do Dr.
Sentei-me um pouco naqueles sofás confortáveis e, senti-me de certo modo, ridícula.
Pois, a aparência daquelas secretárias faziam-me lembrar quando arranjava-me para uma ocasião especial e, não para dia após dia preparar-me assim. Ao longo do tempo aprendi que, a roupa, maquilhagem ou os acessórios utilizados em contexto profissional eram meros atributos. O verdadeiro profissional até pode ir de pijamas (Not!!) para o trabalho, logo que faça o seu bom trabalho.
Contei segundo após segundo, minuto após minuto até ter-me apercebido que, outra secretária (Visualizei no crachá que chamava-se Matilde) pediu-me para deslocar-me à sala de reuniões ao fundo do corredor na segunda porta à esquerda.
Ao contar os passos, a minha mente repetia a mesma voz da Matilde "Ao fundo do corredor na segunda porta à esquerda o Dr. Brandão a aguarda".
Em passo lento, mas confiante, encontrei a dita sala de reuniões. Diga-se de passagem que, não parecia uma sala de reuniões, parecia mais uma sala tipo da nossa casa. Cheia de cor pelas plantas ao longo da sala, uma mesa pequena e uns sofás tipo cadeirões doces de se sentar.
Ao contar os passos, a minha mente repetia a mesma voz da Matilde "Ao fundo do corredor na segunda porta à esquerda o Dr. Brandão a aguarda".
Em passo lento, mas confiante, encontrei a dita sala de reuniões. Diga-se de passagem que, não parecia uma sala de reuniões, parecia mais uma sala tipo da nossa casa. Cheia de cor pelas plantas ao longo da sala, uma mesa pequena e uns sofás tipo cadeirões doces de se sentar.
Entrei, cumprimentei o Dr. Brandão e, esperei a sua autorização para me sentar que, chegou segundos depois.
Falei-lhe da minha experiência no ramo, as minhas perspetivas para o meu futuro enquanto profissional e, falamos até de comissões ou recompensações do meu trabalho.
Após a longa conversa, não digo entrevista, porque pareceu-me tipo aquelas conversas de café com os amigos, mas de um modo educado.
Falei-lhe da minha experiência no ramo, as minhas perspetivas para o meu futuro enquanto profissional e, falamos até de comissões ou recompensações do meu trabalho.
Por outro lado, minuto após minuto apercebi-me de uma coisa importante e, na qual, não faz muito parte da minha personalidade.
Percebi que, se trabalhasse ali, todos os Senhores Doutores iriam-me ver com um cifrão na testa todo o dia. Ou seja, nunca esqueci-me de uma frase que ouvi num telejornal :
"Uma empresa só paga-te, aquilo que acha que deverá ganhar contigo."
E esta tão boa frase acompanhou-me nos últimos minutos de despedida daquele que poderia ser o meu futuro. Mas de certo modo, despedi-me educadamente e, disse que aguardava uma resposta positiva do lado da empresa.
A resposta chegou nos 2 dias seguintes, afirmando que, gostariam de dar-me uma oportunidade e ver o meu gratificante trabalho.
Mas a minha decisão já estava tomada até antes de receber a resposta positiva. Os valores daquela empresa nada tinham a ver com os meus ideias e, certamente, tinha de fazer muitas tarefas nas quais não iria concordar e, disse que tinha recebido uma proposta mais desafiante. E, todo o caminho para um futuro melhor terminou por ali.
Achei que, estava a sonhar.
Mas a minha decisão já estava tomada até antes de receber a resposta positiva. Os valores daquela empresa nada tinham a ver com os meus ideias e, certamente, tinha de fazer muitas tarefas nas quais não iria concordar e, disse que tinha recebido uma proposta mais desafiante. E, todo o caminho para um futuro melhor terminou por ali.
Algum tempo depois penso no que seria hoje de mim se a sorte daquela oportunidade no Décimo Terceiro andar tivesse sido aceite.
Hoje seria a pessoa humilde e genuína que faço questão de frisar? Ou seria feita numa tia da começa aos pés? Será que hoje não teria até uma assistente para ajudar-me a escrever os meus artigos? Hmm… Tudo será um conjuntos de "Ses" e, "Mas".
Uma coisa tenho a certeza…
A falta de Humanidade em algumas empresas é palpável desde o primeiro minuto em que entramos e, não precisamos de assinar contratos com elas para entender que tipo de funcionamento ali existe.
E cabe-nos a nós decidir se queremos um cargo profissional bem mais simples e honesto, ou, se queremos participar quase numa área quase, na banca. Onde deve-se falar todo o dia de receitas e de dinheiro.
Só temos é de pensar no que queremos… Ter um futuro digno ou sermos as "escravas" de sonho e deixar acreditar em recompensas ou comissões que nos poderão ser dadas e, que hoje, passado alguns anos, se continuaríamos à espera.
Este foi a minha participação para a Blogagem Coletiva neste mês de junho para o Projeto de Escrita Criativa. Se pretender juntar-se à nossa comunidade, esteja à vontade para clicar e conhecer o nosso espaço.
Não é todo confortável partilhar convosco uma história verídica e pessoal aqui no blog. Sim, a história já aconteceu há algum tempo e, não.
Mas a quantidade de escadas que tive de subir para um dos últimos pisos fez-me lembrar que seria no Décimo Terceiro Andar ou no Vigésimo até. Claro que, neste modo, tive de alterar os nomes das personagens.
Nao passou-se propriamente no décimo terceiro andar.
Mas a quantidade de escadas que tive de subir para um dos últimos pisos fez-me lembrar que seria no Décimo Terceiro Andar ou no Vigésimo até. Claro que, neste modo, tive de alterar os nomes das personagens.
A mensagem que pretendi passar é que a decisão final é sempre nossa.
E cabe-nos a nós decidir se queremos um cargo profissional bem mais simples e honesto, ou, se queremos participar quase numa área quase, na banca. Onde deve-se falar todo o dia de receitas e de dinheiro.
Claro que, é importante sermos recompensados e, outra frase que ouvi num telejornal, acho que até foi dita por Miguel Sousa Tavares em que:
"Um bom funcionário faz-se com um bom salário. De que estão as empresas à espera de ter funcionários com alta motivação e com remunerações miseráveis?."
Sim, é outra frase ou questão retórica que está sempre presente.
Sem querer alongar-me muito mais… Espero que tenham gostado desta participação no mês de junho no Projeto uma vez mais e... Deixem-se ficar por aqui. O que está para vir em breve promete!
Próximo artigo : Dia 09 de julho, terça-feira.
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Até já,
Próximo artigo : Dia 09 de julho, terça-feira.
Excelente história. Adorei!
ResponderEliminarBeijinhos e bom domingo!
Olá, Ana!
EliminarObrigada pelo carinho, beijinho
Muito obrigada pela partilha! Sem dúvida o mais importante é fazermos o que nos faz felizes, infelizmente muita gente fica refém.
ResponderEliminarCada vez mais acredito que devemos escolher pelo que iremos aprender e não só (também ajuda , claro!) pelo dinheiro. O dinheiro gasta-se a aprendizagem pode trazer-nos mais dinheiro.
E nunca esquecer e a decisão é sempre nossa e que não temos de aceitar as mesmas escolhas para o resto da vida. Podemos e devemos mudar quando quisermos
Olá, Andreia!
EliminarConcordo :)
Beijinho