A VIDA SONHADA DAS BOAS ESPOSAS | POSSIDÓNIO CACHAPA [OPINIÃO]




Olá a todos!

Espero que estejam bem. Hoje venho com mais uma opinião literária de mais um livro gentilmente cedido pela Companhia de Letras, na qual agradeço muito.

Era um livro que o título, confesso, atraía-me muito e, estava muito tentada a o ter na minha estante para o ler quando possível.

As minhas expetativas com este autor são grandes por ser um autor português e, também por ser um assunto que interessa-me muito: O feminismo e a vida da Mulher enquanto companheira ou dona de lar ou da própria imagem que uma mulher transporta para o seu dia-a-dia.

Vamos conhecer um pouco mais o livro?



Ficha Técnica:

Título Português: A vida sonhada das boas esposas
Autor: Possidónio Cachapa | Editora: Companhia das Letras
Género: Romance | 1.ª Edição em novembro de 2019
Número de páginas: 240 | ISBN 978-989-665-909-7
Lido em dezembro/2019





Sinopse:

"Madalena viveu, durante décadas, uma vida exclusivamente dedicada a um marido que nunca a amou, à casa que não escolheu e a filhos que pouco se importavam com ela. A morte súbita do marido e o segredo que lhe foi desvendado levam-na a embarcar num navio de cruzeiro, o que vai alterar a sua perspetiva de vida e o olhar sobre si própria. A par das amigas hilariantes de carne e osso, as personagens dos romances de Corín Tellado ou Emily Bronte saltam das prateleiras para lhe assombrar os sonhos e fazer questionar o seu direito a ser, finalmente, livre. O encontro com um galã hiper-romântico, semelhante aos dos livros que a tinham feito sonhar, e um tsunami muito real colocarão definitivamente em causa a possibilidade de voltar a ocupar o lugar de viúva recatada e submissa a que parecia condenada."





Opinião do livro…


Esta foi a minha estreia com o escritor português Possidónio Cachapa. Quando idealizamos pelo título do livro que poderá ser mais uma história banal, somos surpreendidos pela escrita irónica e, cheia de humor do autor.
São situações reais que acontecem com a maior frequência do que julgamos - que o autor descreve a "força do hábito" de várias relações e/ou casamentos por terem a obrigação de "ficarem felizes para sempre". Acredito que não é um papel ou acordo assinado que haja algo que nos prenda a um "peso morto". Hoje queremos e amanhã já não e, isso é a maior naturalidade do mundo.
Simplesmente, não tem de existir o fator da obrigação se já não existe nada que nos prenda a alguém. Nem mesmo os filhos são impedimento para que os pais sacrifiquem a sua felicidade e destino em prol destes.



"Só no momento em que, já no cemitério, fecharam a urna e percebera que seria a última vez que veria o copo do marido sentira que o pranto que lhe saía era realmente sincero. Chorava, não tanto por ele, mas mais por ver desaparecer uma coisa a que se habituara."

Acho essa citação tão real, sinistra e sincera. Por vezes, não gostamos do que temos. Habituamo-nos às coisas, às pessoas e, com receio de alterar a nossa rotina acabamo-nos por "aceitar" o que temos. Quando perdemos… Algo pode se ter perdido dentro de nós, mas por vezes, só nos faz falta a companhia e, não o respeito ou o carinho por essa pessoa. A rotina de ter alguém connosco torna-se um hábito tão grande como quando nos levantamos de manhã da cama temos de tomar o pequeno-almoço acompanhando o belo café, escovar os dentes e arranjarmo-nos para sair à rua.
 



O autor veio demonstrar, na sua escrita fluída, descontraída, mas realista que, "Nada se faz sem um preço". Preço esse que nunca deverá estar em causa a nossa felicidade só porque está correto.
Para mim, a vida de Madalena renasceu, no momento em que esta ficou viúva. Deu valor à vida que nunca teve. Sentiu a liberdade nunca antes sentida. (Sem querer dar muitos spoilers, leiam o livro, por favor!)
A ilustração da capa acho que foi bem conseguida e a interpretação que faço desta é que num casal/casamento deve ser os dois "a dançar o tango" nos momentos bons ou maus que isso traga.




Avaliação: 5* / 5


 "O novo romance de Possidónio Cachapa - autor de Materna doçura e Eu sou a árvore - é um olhar contemporâneo sobre o papel da mulher, a expressão da sua sexualidade e a visão que a família e a sociedade mantêm sobre ela à medida que o tempo passa."


Este livro poderia ser um "romance de cordel", mas é uma "chapada de luva branca" do retrato da sociedade de hoje, das famílias e no omnipresente papel da esposa e/ou eventuais desvaneios para satisfazer a vontade dos filhos. É um romance que cria grande empatia com o leitor pela comunicação bem nacional, pela criação de personagens que facilmente nos identificamos com uma delas e, o enlace bem presente. Este romance poderá ser lido daqui a muitos anos e, continuará a ser no presente - Infelizmente.



Certamente, quero ler mais títulos do escritor, porque simplesmente adorei a forma com que aproximou-me como se a história fosse minha. (Isto não quer dizer que eu seja uma Madalena!) 

 

Certamente tinha muito mais para dizer sobre o livro e a abertura de mentalidades que o autor consegue sensibilizar com o lançamento deste título mas… Não irei falar muito mais para vos despertar a curiosidade e ser vocês a descobrirem por si.
Recomendo vivamente a leitura deste livro a todos. Caso o pretendam adquirir, não se esqueçam de o adquirir através do meu link de afiliado da Wook (Logótipo do lado esquerdo) ou através do site do Gosto de Ler.

Beijinhos e, até à próxima!


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Comentários

  1. Nossa, o nome do autor é bem diferente, né?
    E realmente, julgando pela capa e sinopse parece um livro até comum mas saber que aborda temas de forma mais real e de uma forma diferente me chamou muita a atenção. Uma leitura boa e diferente, realista.

    Abraço,
    Larissa | Parágrafo Cult

    ResponderEliminar
  2. Confesso que nunca tinha ouvido falar do autor, deve ser um livro bem interessante.

    Beijinhos!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, Ana!
      sim é daqueles livros que podes "não dar nada por eles" mas acabam por surpreender-te.
      Beijinhos

      Eliminar

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