COMO ULTRAPASSAR A DOR QUANDO ALGUÉM QUE GOSTAMOS PARTE! | REFLEXÃO



Como ultrapassar a morte de alguém que gostamos… muito?

Até hoje penso que, é um assunto difícil de ser expresso… É um sentimento de perda… Um pecado de nós levado pelo vento e, foi deixado no céu. Provavelmente, hoje, alguém a quem possamos chamar "o nosso anjo da guarda". 

- " - Quanto tempo acha que é preciso para superarmos a morte de alguém? De alguém de quem gostamos muito… (…)
- Não sei se algum dia chegamos a superar."

Como se aprende a seguir em frente? Como podemos viver sem um pouco de nós? Como podemos ultrapassar esta dor? 

Tudo questões… Minimamente retóricas! Questões nas quais podemos não encontrar uma explicação racional e, de certo modo… A vida obriga-nos a seguir sem aquela peça que falta no nosso puzzle. 



- "Aprendemos a viver com isso, a viver com eles. Porque eles ficam connosco, mesmo não sendo já pessoas que vivem e respiram. Não é aquele sofrimento dilacerante que se sente no início, que nos submerge e nos faz ter vontade de chorar nos lugares errados e ficar irracionalmente zangados com todos os idiotas que ainda estão vivos por sabermos que a pessoa que amamos já está morta. É apenas algo a que nos vamos adaptando. Como nos adaptamos a um vazio. Não sei. É como se nos tornássemos… em algo que não somos."

Será que realmente algum dia aprendemos a viver sem eles? Dentro do possível … Será que conseguimos continuar a lutar por sonhos? 

Dói… Dói muito querermos procurar algo na qual sabemos que, há partida nunca mais neste mundo vamos encontrar. É como se fosse-nos tirado um pouco do coração e, dissessem : "Podes seguir viagem!"

Mas, como libertar desse sofrimento? 

É quase como pedirem-nos para fazer uma longa viagem sem um auxílio. 
É quase como pedirmos a uma pessoa analfabeta para ler e escrever. 
É quase como pedirmos o prémio máximo da lotaria como nunca termos jogado. 


- "Afinal isso era o que todos nós desejávamos, libertamo-nos da nossa dor. Libertarmo-nos deste submundo dos mortos, libertar a parte dos nossos corações que estava perdida debaixo da terra ou encurralada num pequena urna de porcelana. Sabia bem, para variar, alguma coisa positiva para dizer."


Como podemos dizer que um dia voltaremos a ser felizes como dantes? 
Como podemos preencher o vazio que ficou? 
Como podemos dormir sem sonhar? 
Como podemos voltar a sentir aquele conforto e calor do coração?



- "(…) A depressão adora o vácuo. Era bem melhor estar a fazer ou, pelo menos, a planear alguma coisa. Às vezes, a ilusão da felicidade podia inadvertidamente provoca-la."


Por vezes somos felizes com o que temos e, simplesmente, não sabemos. 
O céu pode até ficar mais brilhante. Mas não queremos um céu brilhante. 
Queremos aquela pessoa. E, por inteiro, se faz favor! Nada de terços ou meias metades. 


- "(…) Não havia um caminho simples para sair do sofrimento. Iria ter dias bons e dias maus. Hoje era apenas um dia mau, uma adversidade no caminho, para ultrapassar e sobreviver."

Já nada é como dantes. Pode ser considerado "um dia menos bom" ou o reencaminhamento para a loucura. 

- "Quando perdemos alguém que amamos, torna-se muitas vezes difícil fazer planos. Às vezes as pessoas perdem a esperança no futuro, ou então têm atitudes irracionais."

Será possível procurar ajuda exterior para ultrapassar os nossos fantasmas? Será chamada uma "cura" para este espaço que ficou vago dentro de nós? 

Louisa, personagem da obra de Jojo Moyes, frequenta o "Círculo Seguir em Frente" onde é ajudada a falar sobre a situação depressiva e lhe é feitas algumas questões nas quais ela nem imaginara ajudar… Ou pelo menos, ter alguém com quem desabafar da sua dor… 




- " - Costumo dizer que, embora nos chamemos Círculo Seguir em Frente, nenhum de nós segue em frente sem olhar para trás. Seguimos em frente levando sempre connosco aqueles que perdemos. "

Será apenas na ficção onde tudo termina com um final "feliz"?


- "Será que algum de vocês terá chegado ao ponto de pensar nos seus próximos cinco anos? Onde se imaginam? O que se imaginam a fazer? Sentem-se preparados para imaginar o futuro?"    (Marc)


- "Como se deixasse ninguém aproximar-se de mim por causa do que aconteceu. Afinal, que sentido faz aproximarmo-nos de uma pessoa se vamos acabar por perdê-la? Mas um dia destes comecei a pensar no que queria realmente da vida e percebi que gostava de ter alguém a quem amar. Porque temos de seguir em frente, não é? Temos de conseguir ver algum tipo de futuro."

Sim, que sentido faz? Que adianta procurarmos a felicidade ou uma "falsificação" dela se… Ao virar da esquina ela trai-nos? 

- "Todos nós sabemos o que é amar e perder alguém."

Por isso… Temos de viver hoje. Sonhar, hoje! Fazer tudo o que der na "real gana". 

O certo é que, um dia, acabamos sempre por perder. 
Acabamos por sentirmos uns impotentes. 
Acabamos por sentirmos perdidos e, com um espaço sempre guardado na memória.
Lugar esse que tem locais associados, tempo decorrido e, sobretudo, nome(s) escrito(s). 





Hoje somos apenas um corpo ambulante. Amanhã somos todos, uns pedaços de cinzas. 


Não… Aceitar que alguém que gostamos muito partiu e, que não podemos cuidar da pessoa mais… É tão desesperante! 


É tão estranho, por exemplo, quando lemos um livro em que a Morte é a narradora e que, de certo modo, chegamos ao fim do livro (A Rapariga Que Roubava Livros de Markus Zusak) e, ter criado laços com algo que idealizamos uma caveira com um manto negro e com um machado pela mão (Certo?), ainda conseguimos criar empatia com a Morte (Quem já leu o livro, sabe ao que me refiro).

Como devem ter dado conta, o texto foi inspirado em vários livros que já li - como por exemplo, "Viver Depois de ti" de Jojo Moyes e "A Rapariga que Roubava livros" de Markus Zusak, entre outros - e, sendo esta uma dura realidade e a forma como é abordada nos livros é tão desesperante quando acontece a nós. 

É tão certo que toda a semente que nasce, um dia à terra torna! 


Esta é uma realidade… Mas… Estarei por cá em breve com mais conteúdos e que, sejam eles mais coloridos … De preferência!


Um Até Já, 


Direitos de imagem : Foto1 ; Foto2 ;  Foto3 ; Foto4 ; Foto5 .

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Comentários

  1. Acho que nunca aprendemos verdadeiramente, é apenas um dia de cada vez.
    Beijinhos
    Blog: Life of Cherry

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  2. Eu acredito que o tempo é um bom companheiro no amenizar das dores. Porém, penso que uma grande perda nunca se supera totalmente. E há perdas que simplesmente não estamos programados para aceitar, por serem anti natura, como a perda de um filho.

    Beijinhos,
    Vanessa Casais
    https://primeirolimao.blogspot.com/

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