AS FILHAS DO CAPITÃO, MARIA DUEÑAS [OPINIÃO]

Olá, Booklovers! 

Hoje partilho convosco mais uma opinião. Um calhamaço que vocês escolherem para eu ler em maio. E que estreia com Maria Dueñas. Só posso dizer-vos que não poderia ter começado o meu maio em melhor companhia e, com grande história ao lado. 

⏩ SINOPSE 

⏩Opinião

A história começa pela família Arenas, onde conhecemos Emilio Arenas - um homem humilde, trabalhador e, pai de família - que após a sua trágica morte, deixa a mulher - Remedios - e três filhas - Victoria, Mona e Luz - sem destino. 

Ao longo da história, Remedios, Victoria, Mona e Luz cruzam-se com várias pessoas e, com base naqueles tempos difíceis, a autora vai-nos dando a conhecer os anseios, sonhos e, passado dessas personagens que têm um papel fundamental na decisão das mulheres Arenas. Mas, enquanto o tempo vai passando, o que a família não se esquece, é de lutar para o sonho familiar. 

"A chegada a Nova Iorque e a morte do pai abalaram-nas temporariamente, deixando-as desnorteadas, desprotegidas ante as inclemências. (…) Num mundo inquietante e estranho, sozinhas e contra a corrente, conseguiram perfilar um futuro, esforçaram-se por traçar um horizonte ao alcance dos dedos." 

(Pag. 523)

Achei as personagens muito bem construídas, cheias de personalidade e vida. A autora dá-nos muitos pormenores sobre a descrição das mesmas para que, tenhamos o dom de as imaginar no nosso pensamento. E, além disso, também representa muito bem os emigrantes em Nova Iorque naqueles tempos. Achei-o muito rico também, nomeadamente, na cultura. E, na minha opinião, isso é fascinante. 

O livro está subdividido em partes. Senti que, de parte para parte (Por exemplo da Primeira Parte para a Segunda, da Segunda parte para a Terceira, etc), que havia um intervalo de tempo "perdido" (Passavam-se vários meses). Mas esse "tempo perdido" depois era recomposto no capítulo seguinte e, acabávamos por descobrir todos os detalhes. 

" - Você nunca pôs um pé em Espanha, pois não rapaz? (…) Pois deixe-me explicar-lhe (…). 

Fome, atraso, esquecimento dos pobres, desesperança. Era isso que a mulher associava aos tempos em que, em pequena, teve de abandonar a sua aldeia; tempos em que havia uma monarquia em Espanha e, embora o perfil do rei aparecesse nas pesetas e nos selos dos correios, pouco parecia fazer com que as coisas mudassem."

(Pag. 434)

Na minha opinião, o início do livro é um pouco lento, e, a escrita é muita intensa, quanto mais tratando-se de uma temática que penso que nunca li até hoje - A Guerra Civil Espanhola. Com essa temática, a autora refere o tempo, a batalha, o facto da emigração vivida naquela época e, o rumo ao desconhecido e a procura de "melhores tempos"  na America durante os anos 30. 

Gostei muito do pormenor das ilustrações ao longo do livro. Seja com o mapa das ruas (Penso que o objetivo era o leitor não se perder com tanto nome de ruas da América) e, também com respetivos cartazes ou panfletos que, condiz perfeitamente com a história. 

Avaliação: ⭐⭐⭐⭐⭐

Esta é uma história de esperança e perseverança em tempos longínquos. Uma história de amor e amizade entre família, amigos e, pessoas que foram conhecendo ao longo do tempo e, tornaram-se como meio de sobrevivência para a família Arenas. 

A escrita cuidada e fabulosa da autora cativou-me imenso e, só quero ler o segundo livro que tenho na estante "O Tempo entre Costuras", na qual contém uma série já disponível na Netflix e, estou curiosa por ler e ver os episódios.  

Recomendo-vos vivamente a leitura deste livro, na qual cativou-me desde a primeira página e, todas as pessoas que já o leram não ficaram indiferentes ao modo de escrita da autora nem à forma como Maria Dueñas prende o leitor. E, o livro é muito cinematográfico. É simplesmente fascinante! 

Também esta semana fui "obrigada" a criar um canal no Youtube. Como é do vosso conhecimento, tinha vontade de fazer os meus Resumos Semanais no Instagram, mas por ordem dos factos, criei o canal. Se o pretendes conhecer, podes fazê-lo Aqui.

Espero que tenham gostado da opinião. Caso já o tenham lido ou pretendem ler podem sempre pronunciá-lo nos comentários. Como sempre, gosto de vos ouvir.  

Um beijinho grande e, até breve! 

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